sexta-feira, 27 de abril de 2012

Vaidade significa vitalidade para idosos




Rotina de exercícios e cuidados com a saúde, aliada ao desempenho de atividades de lazer e entretenimento, torna a passagem pela “melhor idade” bem mais suave.
A rotina das gêmeas Ana Paulino Galvão e Maria Paulino Galvão, de 82 anos, é de causar inveja a muitos jovens. Elas frequentam academia de ginástica, viajam pelo Brasil e para o exterior, saem com os amigos e não dispensam uma boa dança. A cada cinco anos, celebram a vitalidade e comemoram o aniversário em grande estilo. Na segunda metade da vida, mostram que aceitar os cabelos brancos é uma arte e que a vaidade não está ligada à faixa etária.

“Faço exercícios toda manhã. Pela saúde e pela beleza, que faz parte de todo ser humano. Ninguém quer ser feio, mas chega um momento na vida que o belo passa a ser o que você tem para passar aos demais. A beleza está na maneira de falar, de agir e de mostrar o que você já viveu”, ensina D. Ana. Contrariando o senso comum e despistando a severidade do tempo, as duas senhoras do Piauí vão vivendo e ensinando a viver.
Elas vieram para Cuiabá participar de um encontro da “melhor idade” semana passada. Ultrapassar os 80 anos com tanta energia é uma façanha pouco comum em algumas regiões ocidentais, mas o professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Koiti Anzae, mostra que tudo é uma questão de preparo, disciplina e vaidade.
“A vaidade positiva é muito importante. As pessoas têm que se preparar para o envelhecimento. Muitas mulheres fazem plásticas, mas isso pode ser bobagem. Uma hora não vai dar mais e ela vai ter que aceitar. O importante é se cuidar, gostar de si, sem se prender ao status da beleza que é cultivada pela mídia”, diz o especialista em atividades físicas para a terceira idade.
Por mais clichê que possa parecer falar na prática de exercícios físicos, de fato eles são fundamentais para estender a autonomia corporal durante a velhice. Algumas pequenas atividades têm influência direta na rotina de um idoso e podem ajudá-lo a não ficar dependente de terceiros para realizar simples tarefas. “Tem alguns idosos que não têm força nem para levantar o garfo e comer”, aponta Anzae.
O professor universitário afirma que a fraqueza é reflexo do sedentarismo e da falta de exercícios para os músculos. “Malhar não serve apenas para ficar com o corpo sarado. Quem não faz trabalhos para fortalecer a musculatura encontra dificuldades quando a idade avança. Até levantar de uma cadeira fica difícil. O primeiro grau de dependência é ter que se apoiar nas coisas; o segundo, precisar de ajuda dos outros; o terceiro, ser carregado e o último, ficar só deitado”, enumera.
Há ainda outros três aspectos que podem amenizar as limitações naturais do envelhecimento. Manter a mente ativa é um deles. Com as atividades intelectuais, a neurotrofina (proteína encontrada no cérebro relacionada à paixão e à atividade sexual no início de relacionamentos), que liga os hormônios, é estimulada. Sem ela, a incidência da demência, do esquecimento e do mal de Alzheimer são acelerados. Por isso, a prática de xadrez e palavras cruzadas é recomendável.

Os trabalhos aeróbicos são outro fator que mantém a vitalidade. Caminhar, nadar e andar de bicicleta por 30 minutos, três vezes por semana, é importante para a desenvoltura do sistema cardiovascular. As atividades estimulam o envio de oxigênio para o corpo, evitando a morte precoce das células. O último aspecto que vale destacar é o cuidado com as articulações.

A prática de alongamento mantém as articulações flexíveis. Quando os movimentos são executados, o corpo libera o líquido sinovial, que desacelera o enrijecimento das articulações. Assim, agachar-se, vestir-se, usar o toalete sem ajuda e tomar banho passam a ser tarefas possíveis na terceira idade desde que alguns exercícios sejam adotados.
O professor garante que seguindo as orientações é possível chegar à idade das gêmeas com a mesma disposição das duas. “Quem não se atenta para isso paga um preço muito caro na velhice. Não há nada pior do que ficar no canto abandonado. É esse aspecto da vaidade que a sociedade tem que perceber. O cuidado que passa da estética e leva à disposição, à energia e à vitalidade”, orienta Anzae.

domingo, 22 de abril de 2012

Doenças do outono atingem mais crianças e idosos


Os cuidados nessa época do ano precisam ser especiais

 Com a chegada do outono, a temperatura diminui e o tempo fica mais seco. Esses fatores são suficientes para as crianças, principalmente, começarem a reclamar de coceira na garganta, nariz escorrendo e sensação de dores pelo corpo. As doenças comuns nessa época são as gripes, alergias respiratórias, pneumonias, otites, que são as infecções de ouvido, resfriados, sinusites, asma, entre outras.
O médico pediatra Dr. Maurício Schneider alerta para a incidência de casos dessas doenças, “ Começou o período em que estamos registrando muitos casos de doenças virais, e aqueles que mais sofrem são os idosos e as crianças. A indicação recomendada é que deve ser feita a ingestão de líquidos e observar com atenção os doentes com febre e vômito, para evitar o agravamento para doenças mais complexas como pneumonias, por exemplo”, informou o pediatra, acrescentando que para evitar as viroses, as pessoas devem evitar ficar em ambientes fechados.
Dr. Maurício comentou sobre os perigos de se confundir uma gripe forte e dengue, pois os sintomas são muito parecidos, porém são doenças com evolução diferente, na dúvida e em qualquer circunstância, a indicação é procurar um posto de saúde para que sejam feitos os procedimentos necessários .

Principais doenças respiratórias

Resfriado
Inflamação e infecção aguda do nariz e garganta, causadas por vírus. O contágio pode se dar através de tosse, espirro ou contato pessoal com um doente. A baixa resistência do organismo pode predispor ao contágio.
Gripe
Também causada por vírus, a gripe é uma infecção mais grave do que o resfriado. Provoca dores musculares, tosse, corrimento nasal, dor de garganta, febre alta e inflamação das vias respiratórias. É contagiosa e dura em média de quatro a dez dias. Entre as complicações estão a bronquite e a pneumonia.
Laringite
Trata-se de uma inflamação da laringe, geralmente causada por vírus ou bactéria. Os sintomas são febre baixa ou moderada, rouquidão, tosse seca e dor de garganta.
Asma
Doença pulmonar cujos sintomas são chiado e dificuldade para respirar. Geralmente ocorre um estreitamento das vias respiratórias decorrentes da exposição ao fumo, poluentes, ar muito frio ou substâncias que causam alergia, como o pólen, certos alimentos, perfumes e outros.
Bronquite
Inflamação dos brônquios, com maior incidência no inverno. Os sintomas são tosse persistente com expectoração de catarro. Ocorre nas formas aguda ou crônica, sendo que a primeira surge repentinamente e tem curta duração. Os casos de bronquite crônica persistem durante anos. Os sintomas podem ser parecidos com os da asma.
Pneumonia
Doença aguda que pode atingir um ou ambos pulmões, que ficam inflamados. Causa febre, dificuldades para respirar, tosse com expectoração e dores no peito, palidez e comprometimento do estado geral. Geralmente é provocada por vírus ou bactérias.
Bronquiolite
Inflamação dos bronquíolos, de origem viral, apresenta-se com tosse, chiados e dificuldade respiratória. Os sintomas são parecidos com os da asma e acomete as crianças de baixa idade na maioria dos casos.

domingo, 8 de abril de 2012

CRESCE NÚMERO DE IDOSOS MORANDO SOZINHOS NO BRASIL



Catarina Fló, 92, tem a casa invadida por netos e bisnetos toda quarta-feira na hora do almoço. Acabadas a comida e a conversa, todos voltam para seus lares e apenas ela e a empregada ficam.
É assim há quatro anos, desde que seu marido morreu. Ela diz que se sente bem sozinha: "Na minha casa eu mando na minha vida".
O número de idosos que vivem como ela está crescendo. De acordo com dados do Censo, realizado pelo IBGE em 2011, são quase 3 milhões que moram sozinhos, o que representa 14% do total de brasileiros com mais de 60 anos.

'Jamais moraria com filhos', diz mulher de 82 anos

Excursões, vizinhos e animais diminuem isolamento de quem mora só
Ficar sozinho não é escolha do idoso, segundo Sílvia Pereira, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Isso acontece, na opinião dela, porque as famílias diminuíram e as mulheres, responsáveis pelos cuidados com os mais velhos no passado, estão no mercado de trabalho.
Catarina Hüvos, 89, não vê vantagens em morar só. Mesmo assim, quando o marido morreu, há nove anos, ela não aceitou o convite para ir morar com sua filha. "É melhor para as duas. Cada uma em seu lugar faz o que quer."
Até o final do ano passado, Catarina morava na mesma casa onde viveu com o marido. A necessidade de reformas, a falta de segurança e o trabalho para cuidar da casa e do jardim fizeram com que ela se mudasse para um lugar menor.
Mas ainda não se acostumou ao novo lar. "Era muito trabalho, mas eu gostava. Aqui não tem lugar nem pra pôr dois vasinhos."

INDEPENDÊNCIA

O advogado Eliassy Vasconcellos, 90, mora sozinho há 20 anos e está satisfeito: "Quero levar a minha vida sossegado, dormir e acordar na hora em que quiser".

Ele diz que não dá trabalho para ninguém. Brinca: "Como só tenho 90 anos, garanto que estarei bem até o próximo fim de semana".
Suas atividades principais são ler, escrever e fazer marchetaria. Também faz cursos de informática e continua atuando como advogado.
A psicóloga Isabella Alvim, do Observatório da Longevidade Humana e do Envelhecimento, questiona o fato de as pessoas não quererem dar trabalho aos familiares. "Hoje há uma valorização excessiva do individualismo e ser dependente é quase um pecado. O idoso passou a temer o processo de envelhecimento natural."
Perder a autonomia é parte desse processo, segundo Wilson Jacob, responsável pelo serviço de geriatria do Hospital das Clínicas.
Ele divide os idosos que vivem sozinhos em três tipos: o que é totalmente independente, o que tem funcionários para o ajudar e o que vive com a família, porém recebe menos apoio do que o necessário.
Para Jacob, faltam políticas públicas adequadas para essa população: "Não há uma solução socialmente aceita. As instituições filantrópicas não têm o mínimo de conforto que uma família aceitaria, enquanto as casas de repouso pagas chegam a custar R$ 15 mil por mês".

CASA PARA QUEM MORA SÓ

O mais perigoso dos acidentes domésticos, segundo a arquiteta e gerontóloga Ana Cristina Satiro, é a queda. Catarina Fló já caiu duas vezes dentro de casa: uma vez tropeçou em um degrau e outra, no tapete. Teve como saldo os dois fêmures quebrados.
Para prevenir acidentes, ajudam desde coisas simples, como não deixar obstáculos no caminho, até adaptações mais sofisticadas . Mas a arquiteta pede calma: "Se não for necessário, não transforme a casa em uma 'casa ortopédica'. Ninguém quer viver em um hospital".
Segundo ela, o ideal é pensar em acessibilidade ao longo da vida. Sofás fofos, por exemplo, não são recomendados porque tornam difícil o ato de se levantar e isso piora com o tempo. O banheiro pode ter um espaço reservado para o caso de ser preciso instalar barras de apoio.
Essas mudanças, porém, devem ser feitas para aumentar a segurança, e não para simplificar a vida do idoso. Uma pessoa que consegue tomar banho em pé pode até ter uma cadeira instalada no box, mas deve ser estimulada a usá-la o mínimo possível, explica Satiro.
Para o geriatra Wilson Jacob, rotinas reduzem o risco de acidentes. Um padrão para o banho -como deixar a toalha no mesmo lugar- ajuda o idoso a se lembrar de cuidados que deve tomar.
Há ainda recursos tecnológicos para aumentar a segurança, como um aparelho de pulso chamado "tele-help", que, quando apertado, liga para uma central de emergência. Catarina Fló está usando um desses, mas nunca precisou apertar o botão

Fonte: FILIPE OLIVEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

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