sábado, 28 de julho de 2012

A AUTONOMIA DO IDOSO




Os idosos devem ter preservada a garantia do reconhecimento à sua autonomia. Às convicções pessoais do idoso merecem ser respeitadas. O importante é avaliar o grau de capacidade que a pessoa tem para tomar suas decisões. A sua participação ativa no processo de tomada de decisões é restringida, muitas vezes, pela própria família ou pelas instituições.
Mesmo em situações de incapacidade temporária ou até mesmo definitiva, o idoso pode se utilizar de inúmeras formas para preservar o seus desejos ou restrições de tratamento. A tomada antecipada de decisão e o estabelecimento de procuradores são exemplos disto.
Destaca-se que a diminuição da capacidade física do idoso depende muito de seu ritmo de vida, de seus hábitos comportamentais e alimentares, e que é possível e desejado que essa etapa da vida seja alcançada em pleno vigor. As limitações decorrentes, sobretudo, de doenças crônicas e degenerativas diminuem cada vez mais, amparadas por recursos terapêuticos que tornam possível a readaptação do idoso à vida social. Assim, não é mais surpresa a expectativa de vida superar, nos países desenvolvidos, a idade dos 80 anos. Os melhores resultados, para quem busca envelhecer com saúde, vêm da manutenção de atividades de trabalho sistemático, dentro das possibilidades de cada um, e da preservação de objetivos de vida. A leitura, os trabalhos manuais, o convívio social, uma dedicação moderada aos exercícios físicos (conforme orientação médica) e os cuidados com a alimentação continuam a ser as recomendações mais importantes.
A capacidade de mudança do idoso é limitada, e vivemos num mundo de transformações permanentes, onde o que se compra hoje está superado amanhã, e qualquer novidade já é questionada antes mesmo de ser divulgada. A exagerada valorização da estética faz com que o idoso sinta-se diminuído em sua auto-estima ou tenha de se submeter a programas violentos do “rejuvenescimento”. A redução do número de membros de uma família e as mudanças dos hábitos familiares são outras das preocupações apresentadas que ás vezes vai contra a alternativa dos asilos para abrigar os idosos. Grande parte desses asilos, que vêm crescendo em número principalmente nos grandes centros metropolitanos, funciona como “depósito de velhos”, sem quaisquer condições para o acolhimento condigno do idoso.
Quanto a questão da autonomia do idoso nas suas dimensões de dependência física e/ou mental, sobressaem a dinâmica familiar dos pacientes idosos e a interferência desses pacientes no cotidiano de seus filhos e parentes próximos, além das implicações da presença do cuidador. A colaboração da família é fundamental para o prognóstico do paciente idoso comprometido. O apoio aos que cuidam diretamente do idoso deve exigir uma colaboração indireta ou direta de todos os envolvidos. Mudar o idoso de casa periodicamente, para aliviar a situação individual dos membros da família, não é a melhor alternativa, levando em consideração as grandes dificuldades de adaptação a cada troca de moradia. Subsidiar um dos responsáveis em condições de manter o idoso é sempre melhor que mudá-lo. Preparar os familiares para os eventos que se seguem a uma determinada seqüela neurológica ou pós-operatória, ou de degeneração mental (como a decorrente do mal de Alzheimer) é tarefa da equipe de saúde, que deve colaborar para que as medidas pertinentes sejam preparadas antecipadamente e o processo de adaptação seja menos doloroso. Promover a participação do idoso das atividades familiares cotidianas que lhe sejam possíveis é um modo de valorizar e responsabilizar a pessoa mais velha. Mesmo as pessoas muito limitadas em suas funções motoras devem permanecer ocupadas mediante constantes solicitações, quando o nível cognitivo estiver preservado. Rezar por alguém, por exemplo, não exige trabalho físico e promove um bem ilimitado, ainda mais quando a pessoa que reza é também uma pessoa doente.
O Estatuto do  idoso,  favorece não só a inserção do idoso na sociedade, mas também a proteção de seus direitos no que diz respeito a cuidados com a saúde e bem-estar social. Mas, um debate feito  entre profissionais da saúde  confirmou que a concretização do Estatuto parece, hoje, uma realidade muito distante. As boas intenções da lei dependem, para se concretizar, de um grande esforço de conscientização de diferentes instituições da sociedade, traduzido em atitudes que vão desde a construção de ambientes que possam acolher melhor o idoso até medidas ordinárias como a adaptação de banheiros públicos, a manutenção de assentos em veículos coletivos, a instalação de apoios em escadas de edifícios públicos, etc., passando, evidentemente, por uma melhoria da assistência à saúde e pela criação de condições que permitam gerar trabalho digno para aqueles que desejam continuar em atividade.

sábado, 21 de julho de 2012

JOGO ONLINE PODE MELHORAR A COGNIÇÃO DE IDOSOS



 O jogo online World of Warcraft (WoW) permite que você se torne um herói mítico e explore um mundo virtual fantástico e misterioso. Trata-se de um MMORPG (Massively Multiplayer Online Role Playing Game), um jogo no qual milhares de usuários, conectados ao servidor do game, escolhem entre vários personagens, de guerreiros a mágicos, e jogam ao mesmo tempo.
Mas o game parece ir além do puro entretenimento. Segundo uma pesquisa da Universidade Estadual da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, idosos que jogam WoW aperfeiçoam seu funcionamento cognitivo. Cognição é o conjunto de processos mentais usados no pensamento, na percepção, na classificação, no reconhecimento, na memória, no juízo, na imaginação e na linguagem.
Os cientistas testaram a cognição de quase quarenta pessoas entre 60 e 77 anos, analisando habilidades como memória, capacidade de concentração e noção de espaço. Um segundo teste só foi realizado duas semanas depois, após parte dos voluntários ter jogado World of Warcraft por aproximadamente 14 horas diárias totais no período de duas semanas, e a outra parte ter mantido sua rotina normal.
Comparando os resultados dos testes, os pesquisadores encontraram um aumento muito maior na capacidade cognitiva dos idosos que passaram duas semanas jogando do que os que não experimentaram o game. A melhora foi ainda mais notável entre os participantes que não haviam apresentado bons resultados nos primeiros testes.
“Entre os participantes que pontuaram bem nos testes de funcionamento cognitivo iniciais, não houve melhora significativa depois de jogar WoW”, diz a Dra. Anne McLaughlin, coautora do estudo. “Mas nós vimos uma melhora interessante, tanto na habilidade de concentração como na de noção de espaço, entre os idosos que haviam apresentado baixa pontuação nos primeiros testes.”

O QUE SE SABIA SOBRE O ASSUNTO

Segundo a psicóloga Claudimara Chisté, estar constantemente em atividade, tanto física quanto mental, é fundamental para a manutenção do funcionamento cognitivo. “O jogo, dependendo de como for utilizado, pode ter uma vantagem: ele é lúdico. A pessoa se diverte, interage com seus pares, trabalhando tanto aspectos cognitivos quanto sociais”, diz.
Ela explica, no entanto, que pesquisas para investigar os efeitos da prática constante de um jogo específico na cognição de idosos são recentes, por isso os dados ainda são incipientes. Assim, ela considera o estudo americano relevante por abrir novas possibilidades de investigação. “Mais uma vez fica demonstrado que os estudos envolvendo o processo de envelhecimento e a cognição precisam ser sistematizados, para que possamos contribuir para a promoção de bem estar das pessoas”, diz Claudimara.
A pesquisa foi realizada com 39 participantes, por isso não pode ser generalizada, adianta a psicóloga. “Não podemos dizer que seus resultados valem para qualquer população, com quaisquer jogos. Novos estudos, porém, replicando os procedimentos, podem indicar resultados com mais precisão”, afirma.
Fazer com que o ser humano mantenha sua autonomia à medida que vai envelhecendo é um dos objetivos dos profissionais de saúde, segundo Claudimara. “Por isso é tão importante incluir no nosso cotidiano práticas que cuidem também dos aspectos cognitivos”, afirma.

FONTE: REVISTA VEJA (Por Érika Kokay)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL DOS IDOSOS



A constipação intestinal, ou simplesmente a prisão de ventre atinge cerca de 20% da população mundial, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e entre os mais queixosos estão as mulheres e os idosos. Para o paciente, ela significa fezes excessivamente duras e pequenas, eliminadas com pouca freqüência e com excessivo esforço. O médico constata que o intestino está preso quando o paciente evacua até duas vezes por semana. Os principais fatores que causam a constipação são a falta de fibra na alimentação, pouca ingestão de água, sedentarismo, limitações nos movimentos dos corpo (seqüelas, reumatismo, velhice) e alimentos que causem o ressecamento das fezes. Além disso, doenças endócrinas (hipotireoidismo), a diabetes e a insuficiência renal crônica podem causar a prisão de ventre. Certos medicamentos como antidepressivos, antitussígenos, analgésicos opiáceos (codeína, morfina), antiparkinsonianos, anti-hipertensivos, antiácidos contendo alumínio e preparados com cálcio também estão entre as causas.
Os sintomas da constipação intestinal são a dor abdominal, particularmente no baixo ventre, distensão sentida ou visível acompanhada de desconforto abdominal localizado ou difuso, eliminação de muco, de sangue e de fezes moles alternadas com duras, raramente febre, acompanhando quadros súbitos e dolorosos, o que também é válido para a concomitância de náuseas e vômitos. Queixas de inquietude, indisposição, alteração do apetite e do humor são comuns, bem como de dor de cabeça.
O diagnóstico é feito de forma variada, mas geralmente pode ser feito com exame clínico simples dependendo das características de cada paciente. O médico dificilmente encontra algo importante ou diagnóstico ao exame físico. Por isso, deve, se possível, consultar um proctologista, que procederá ao toque retal e a retoscopia, pois mais de 50% dos tumores do cólon estão ao alcance desta simples metodologia.
O tratamento consiste em modificar a dose ou tipo de medicamento que contribui para o aparecimento ou piora da constipação, afim de minimizar seus efeitos colaterais, corrigir ao máximo as causas endócrinas, metabólicas, neurológicas, dieteto-alimentares e proctológicas causadoras ou contributivas à dificuldade evacuatória, estimular a ingestão de fibras formadoras e umidificadoras do bolo fecal (granola e farelo de trigo), sugerir o uso de alimentos com propriedades laxativas naturais (são muito usados o mamão e a ameixa preta), aconselhar o uso de um ou mais dentre as diversas classes de laxativos, (sempre com parcimônia) e prescrever procinéticos (estimulantes peristálticos por via sangüínea, deglutidos ou injetados). O uso de supositórios ou enemas (lavagens intestinais) tem indicações importantes.
Métodos cirúrgicos podem ser usados, mas sua indicação é rara, exceto nas lesões obstrutivas e nas anais dolorosas. Lavagens intestinais e supositórios podem ajudar, mas, com freqüência a desimpactação manual sob sedação ou alguma anestesia, se faz necessária. Cabe ressaltar o cuidado médico para evitar o dano ao esfíncter anal, durante essas manobras.
A prevenção é o melhor remédio. Para isso, indica a reeducação alimentar e de hábitos para evacuar com regularidade fezes de consistência macia, a ingestão de concentrados de fibras regularmente e tratamento ou controle de enfermidades subjacentes locais ou sistêmicas, além da revisão dos medicamentos, principalmente, os de uso contínuo.

terça-feira, 3 de julho de 2012

CRISE CONVULSIVA E EPILEPSIA




Epilepsia é uma doença neurológica crônica, podendo ser progressiva em muitos casos, principalmente no que se relaciona a alterações cognitivas, freqüência e gravidade dos eventos críticos. É caracterizada por crises convulsivas recorrentes, afetando cerca de 1% da população mundial.

Uma crise convulsiva é uma descarga elétrica cerebral desorganizada que se propaga para todas as regiões do cérebro, levando a uma alteração de toda atividade cerebral. Pode se manifestar como uma alteração comportamental, na qual o indivíduo pode falar coisas sem sentido, por movimentos estereotipados de um membro, ou mesmo através de episódios nos quais o paciente parece ficar "fora do ar", no qual ele fica com o olhar parado, fixo e sem contato com o ambiente.

A descarga elétrica neuronal anômala que geram as convulsões podem ser resultante de neurônios com atividade funcional alterada (doentes), resultantes de massas tumorais, cicatrizes cerebrais resultantes de processos infecciosos (meningites, encefalites),isquêmicos ou hemorrágicos (acidente vascular cerebral), ou até mesmo por doenças metabólicas (doenças  renais e hepáticas), anóxia cerebral (asfixia) e doenças genéticas. Muitas vezes, a origem das convulsões pode não ser estabelecida, neste caso a epilepsia é definida como criptogênica.

Como se desenvolve?

O mecanismo desencadeador das crises pode ser multifatorial. Em muitas pessoas, as crises convulsivas podem ser desencadeadas por um estímulo visual, auditivo, ou mesmo por algum tipo específico de imagem. Nas crianças, podem surgir na vigência de febre alta, sendo esta de evolução benigna, muitas vezes não necessitando de tratamento.
Nem toda crise convulsiva é caracterizada como epilepsia. Para tal, é preciso que o indivíduo tenha apresentado, no mínimo, duas ou mais crises convulsivas no período de 12 meses, sem apresentar febre, ingestão de álcool , intoxicação por drogas ou abstinência, durante as mesmas.

O que se sente?

A sintomatologia apresentada durante a crise vai variar conforme a área cerebral em que ocorreu a descarga anormal dos neurônios. Pode haver alterações motoras, nas quais os indivíduos apresentam movimentos de flexão e extensão dos mais variados grupos musculares, além de alterações sensoriais, como referidas acima, e ser acompanhada de perda de consciência e perda do controle esfincteriano (podem liberar urina e fezes).
As crises também podem ser precedidas por uma sintomatologia vaga, como sensação de mal estar gástrico, dormência no corpo, sonolência, sensação de escutar sons estranhos, ou odores desagradáveis e mesmo de distorções de imagem que estão sendo vistas.
A grande maioria dos pacientes, só percebem que foram acometidos por uma crise após recobrar consciência, além disso podem apresentar, durante este período, cefaléia, sensibilidade à luz, confusão mental, sonolência, ferimentos orais (língua e mucosa oral).

Como o médico faz o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado pelo médico neurologista através de uma história médica completa, coletada com o paciente e pessoas que tenham observado a crise. Além disso, pode ser necessário exames complementares como eletroencefalograma (EEG) e neuroimagem, como tomografia e/ou ressonância magnética de crânio. O EEG é um exame essencial, apesar de

Como se trata?

O tratamento da epilepsia é realizado através de medicações que possam controlar a atividade anormal dos neurônios, diminuindo as cargas cerebrais anormais. Existem medicamentos de baixo custo e com poucos riscos de toxicidade. Geralmente, quando o neurologista inicia com um medicamento, só após atingir a dose máxima do mesmo, é que se associa outro , caso não haja controle adequado da epilepsia.

Atendimento em caso de convulsão /rss/rss.html

A convulsão, normalmente é muito estressante, a principal dica é manter a calma para que se possa, efetivamente, ajudar. É importante saber que a maioria das convulsões dura menos que 5 minutos e que a mortalidade durante a crise é baixa.

Caso a convulsão seja provocada por um acidente ou um atropelamento, não retire a vítima do local, atenda-a e aguarde a chegada do socorro médico.
A seguir, são apresentadas algumas dicas de primeiros socorros para o atendimento em caso de convulsão.

1. Deite a pessoa no chão, em um local sem objetos que possam causar lesões. Crie espaço em volta da vítima afastando curiosos.

2. Utilize a mão, roupa, travesseiro, ou outra forma para proteger a cabeça da vítima. Vire de lado a cabeça da vítima para que a saliva escorra, dessa forma se evita que a pessoa se afogue.

3. Deixe livres braços e pernas, de forma alguma os imobilize.

4. Afrouxe roupas para facilitar a ventilação. Após, verifique se não há nada obstruindo as vias aéreas e se a respiração está normal.

5. Não tente segurar a língua com os dedos, nem tente colocar objetos, como colher, caneta, na boca para segurá-la.

6. Vire a cabeça de lado, isto virará também a língua, e dessa forma será liberada a passagem do ar.

7. Para facilitar a respiração, limpe as secreções salivares com auxílio de um papel ou uma toalha.

Depois de passar a convulsão, enquanto não chegar o socorro especializado, caso a vítima quiser dormir, deixe-a descansar, enquanto aguarda o socorro.

De forma alguma medique a vítima, pois os reflexos podem não estar totalmente recuperados, e a vítima pode se afogar tentando engolir o comprimido e a água.

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