segunda-feira, 22 de agosto de 2011

CÂNCER NA TERCEIRA IDADE

Muitas pessoas têm medo de receber o diagnóstico de um câncer, pois ainda associam a doença a uma sentença de morte. Isso alonga o rastreamento e impossibilita o tratamento precoce. A OMS define um programa de ação efetiva contra o câncer baseada em quatro pilares: Prevenção, Diagnóstico Efetivo, Tratamento Efetivo e Cuidados Paliativos. Quanto mais precoce se diagnosticar, maiores as chances de cura ou controle. É importante que os pacientes mantenham uma boa performance do estado físico, nutricional, emocional e psicológico, o que é alcançado com os cuidados paliativos.

O ser humano, é um ser físico, emocional, social, psicológico, com crença religiosa ou não. E, toda essa essência, entra em desordem na presença de um câncer. A busca pela retomada do equilíbrio inclui o tratamento como a cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Tais tratamentos não são isentos de efeitos colaterais, o que pode causar desequilíbrio de outras partes do corpo. Os aspectos existenciais precisam ser valorizados. Não basta tratar o câncer, mas sim a pessoa. Na terceira idade, não acrescentamos dias à vida, mas sim vida aos dias.

A chegada da terceira idade - entenda-se por essa classificação pessoas com mais de 65 anos - tende a vir acompanhada com alguns problemas pertinentes ao envelhecimento do corpo. Nesta faixa etária, uma das doenças que tem sua incidência aumentada é o câncer, em diversos tipos. Somente em 2004, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) contabilizou 140.801 óbitos por câncer, dos quais 115.250 foram em pessoas com mais de 50 anos. Com a saúde muitas vezes fragilizada, até pela presença de outras doenças, a abordagem terapêutica no paciente idoso pode ser diferenciada. Mais uma vez, o diagnóstico precoce contribuiu para o sucesso do tratamento.

Depois dos 60 anos, os tipos de câncer mais freqüentes são: intestino, próstata, linfoma, mama e colo retal. Diante dessas informações, os especialistas defendem o que chamam de rastreamento.

Além da condução do tratamento ser diferenciada, e da necessidade de uma abordagem global, os idosos precisam de uma atenção especial num pós-operatório e também durante as terapias quimioterápicas. E, nesse ponto, entra uma especialidade da medicina chamada de medicina paliativa. Diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) para o "Programa de Câncer na América Latina e Caribe" dizem que todos os pacientes devem receber cuidados paliativos. "Em pacientes com câncer na terceira idade, que geralmente apresentam outras doenças associadas, esses cuidados assumem papel de extrema importância, onde o controle dos sintomas, relacionados ao câncer ou ao seu tratamento, deve acontecer de forma impecável", explica Císio Brandão, diretor do departamento de Cuidados Paliativos do Hospital do Câncer A.C. Camargo, em São Paulo.

A qualidade de vida é o foco principal dessa especialidade. O objetivo é fazer com que o tratamento não seja mais agressivo que a própria doença. Os pacientes que passam por uma cirurgia de retirada de tumor, por exemplo, precisam de cuidados antecipatórios. Para o especialista do Hospital do Câncer, o impacto de receber o diagnóstico de um câncer ainda gera conflitos emocionais e a identificação dessas alterações precisam ser integradas ao tratamento total. Ele acredita que, identificando as necessidades dos pacientes e resolvendo-as de forma rápida e completa, a cirurgia correrá sem problemas. "Depois de um pré-operatório confortável, o paciente terá suporte para passar por um procedimento cirúrgico e um pós-operatório mais seguro, com mais qualidade de vida", orienta.
Contudo, a prevenção ainda é o fator mais importante. Todos os homens acima de 40 anos devem fazer o exame de próstata anualmente. As mulheres acima de 40 anos precisam fazer uma mamografia todos os anos e ir regularmente ao ginecologista. Infelizmente, não temos uma cultura preventiva. Ainda falta uma educação para a população saber da importância de idas regulares ao médico, principalmente o idoso. Na terceira idade qualquer doença pode representar um risco muito maior.

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